Hoje pela manhã, eu ouvia a colunista Claudia Toni do
programa Começando o dia, na rádio cultura FM de São Paulo, e ela nos contava
sobre um importante projeto desenvolvido por iniciativa de importantes artistas do universo da música erudita e que se reúnem em torno do Lucerne Festival, na Suíça. Essa instituição
iniciou, desde 2011, uma ação para para levar música, esperança e a promessa de dias melhores para todos os habitantes daquela região que sofreu o
grande e trágico terremoto, no Japão, em março de 2011.
Essa é a ideia, o objetivo, do projeto Ark Nova (Nova Arca), desenvolvido pelo Lucerne Festival, em parceria com Kajimoto Music.
Sob a direção de
Arata Isozaki, um dos arquitetos mais solicitados do mundo, uma sala móvel de
concertos está sendo construída, e ela poderá ser transportada para vários
lugares da região japonesa devastada pelo terremoto, utilizando-se para tanto de 3 caminhões.
O design da estrutura arquitetônica tem vários componentes,
incluindo um salão com capacidade para cerca de 700 espectadores. A concha
inflável é feita de um material elástico e que permitirá montagem e desmontagem
rápidas.
Isozaki está trabalhando neste projeto em estreita
colaboração com o indiano Anish Kapoor, escultor radicado na Inglaterra, responsável
pelo projeto da monumental cúpula/escudo do edifício. A acústica da sala ficou a cargo de Yasuhisa
Toyota e David Staples, também de Londres, está atuando como consultor especialista em
teatro.
A sala irá fornecer uma plataforma única para as apresentações, mas, apesar disso, elas poderão abranger música clássica, jazz, dança, eventos
multimédia e projetos artísticos interdisciplinares de importantes artistas e
conjuntos de todo o mundo.
Um comitê artístico, formado por personalidades de renome e que têm seus nomes ligados ao Lucerne Festival, apoia o planejamento dos programas de tais apresentações. Evidentemente, pretende-se
que os espetáculos tenham suporte de patrocinadores e demais apoiadores, a fim de proporcionar
à população da região acesso livre nas apresentações de tais programas.
Além de ser uma plataforma móvel de performances e
espetáculos, espera-se, sobretudo, que esse seja um local de encontro, em que
as pessoas possam ter oportunidade de criação e,
assim sendo, essa será uma contribuição duradoura para que se possa voltar à
normalidade nesta região tão sofrida desde a tragédia.
Eu fiz questão de trazer para esse blog essa informação, pois acredito que o mundo tem assistido a esses eventos tão dolorosos, e ultimamente mais numerosos, mas não
podemos esquecer que sempre acompanham tais circunstâncias a iniciativa da
solidariedade humana e que isso pode se dar das formas as mais variadas.
É mesmo muito emocionante quando, por exemplo, artistas resolvem dar sua contribuição. Afinal, a música é
de uma vitalidade sem igual no mundo em que vivemos e, quando tal arte se
associa com o engenho arquitetônico, o resultado só pode mesmo ser admirável.
Importante: vale a pena ouvir o podcast da colunista - click no nome dela escrito neste post lá no primeiro parágrafo - para, então, saber de mais detalhes ainda, os quais, enfim, não abordei nesta postagem. ;-)
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