Pois bem, comprei pela internet essa versão do romance (graças a uma dica de um amigo do facebook, aliás, dois amigos sofisticados que tenho por ali conheciam a obra e fizeram coro comigo de que ela merecia ser lida!) Tal versão, na verdade, é uma adaptação assinada por Eliza Warren. Não achei, portanto, a versão originalíssima. Mas, creio que tal adaptação foi feita para aproximar essa história da linguagem das crianças de nossos dias, posto que a autora escrevia entre o final do XIX e começo do XX. A ver.
Pois saibam que eu passei um pouco de vergonha com esse livro nas mãos, durante as viagens que faço do trabalho para casa, de metrô e de trem. É que ele é tão emocionante que a gente não se furta a derramar lágrimas.
Vejam vocês se eu não tenho razão!
Trouxe abaixo um excerto de uma passagem memorável do romance. Ah, é sempre bom lembrar que a vida pode mesmo apresentar tais circunstâncias e, sim, devemos então aprender, com tais percalços, a arte de bem viver, fazendo o bem sempre! Essa é a principal lição de Mrs Burnett, of course!
As he looked across the street, he saw Sara standing on the wet
pavement looking at him wistfully. He thought her eyes looked hungry because
she had had nothing to eat for a long time. What Sara was really hungry for was
the happy home life Guy Clarence enjoyed with his family.
However, Guy Clarence knew only that this poor girl had big eyes, a
thin face and legs, and shabby clothes. So Guy put his hand in his pocket and
walked right up to her.
“Here, poor little girl,” he Said. “Here is a sixpence. I would
like give it to you.”
All at once Sara realized how long it had been since her father had
died and Miss Minghin had banished her to the attic. She realized that she now
looked exactly like the poor children she used to see in the London streets,
straining for a glimpse of her, as she got into her own fancy carriage. Her
face turned red and then pale. For a second she felt as if she could not accept
the coin.
“Oh no!” she said. “Oh, no, thank you. I couldn’t take that.”
Her voice was so unlike that of an ordinary street child and her
manner so like that of a well brought-up girl that Veronica Eustacia (whose
real name was Janet) and Rosalind Gladys (who was really called Nora) leaned
forward in the carriage to listen.
Guy Clarence would not take no for an aswer. Immediately, He shoved
the sixpence into Sara’s hand. “Yes, you must take it,” He insisted. “You can
buy a lot to eat with this. It’s a whole sixpence.”
“Thank you,” she said. “You
are very kind.”
As he scrambled happily back into his carriage, Sara went on her
way, trying to smile, although she felt tears welling in her eyes. She had
thought she might look Odd and disheveled, but she’s lost track of how long she’d
been living up in the attic of Miss Minchin’s. Until now she hadn’t realized
that she’d come to look like a beggar.
[Quando o olhar dele cruzou a rua, viu Sara em pé na calçada
molhada, olhando-o melancolicamente. Ele achou que seus olhos pareciam famintos,
porque ela não comia há muito. Sara, no entanto, estava realmente faminta era
daquela vida feliz em um lar e que Guy Clarence desfrutava com sua família.
No entanto, Guy Clarence apenas sabia que esta pobre menina tinha
olhos grandes, um rosto fino, assim como suas pernas, e roupas surradas. Então,
Guy colocou a mão no bolso e caminhou até ela.
"Aqui, pobre menina," disse ele. “tenho seis tostões e
quero dá-los a você.”
De repente, Sara compreendeu quão longo tempo se passara desde que
seu pai tinha falecido e a senhorita Minghin a tinha banido para o sotão. Esforçando-se
por vislumbrar a si, transportando-se como se vestisse uma fantasia de si mesma,
ela percebeu que agora se parecia exatamente como as crianças pobres que ela costumava
ver nas ruas de Londres, e que buscavam vislumbrá-la enquanto ela tomava sua própria sofisticada carruagem. Seu rosto ficou vermelho e depois pálido. Por um
segundo, ela sentiu como se não pudesse aceitar a moeda.
"Oh, não!" disse. "Oh, não, obrigada. Eu não poderia
aceitar."
Sua voz era tão diferente daquela comum a uma criança de rua e seu
jeito tão parecido com o de uma menina bem nascida que Verônica Eustácia (cujo
nome verdadeiro era Janet) e Rosalind Gladys (que na verdade era chamada de Nora)
a fim de ouvi-la se inclinaram para a frente no carro.
Guy Clarence não aceitaria um não como resposta. Imediatamente, ele
empurrou a moeda na mão de Sara. "Sim, você deve aceitar", insistiu.
"Você pode comprar um monte de comida com isso. São seis tostões!"
“Obrigada,” disse ela. “Você é muito gentil.”
Assim como ele ao voltar para a carruagem, Sara seguiu seu caminho
mexida, tentando sorrir, embora sentisse as lágrimas brotando em seus olhos.
Ela achava que pudesse parecer estranha, despenteada, mas perdera a noção de
quanto tempo já vivia no sótão da senhorita Minghin. Até então, não tinha
percebido que pudesse ser vista como uma mendiga.]
Liesel Matthews is Sara Crewe in A Little Princess (1995) directed by Alfonso Cuarón |
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