sábado, 15 de setembro de 2012

Biblioteca cura a dor d'alma


Quando eu era adolescente, durante um tempo, eu fui muito à Biblioteca Mário de Andrade, porque,  então, o teatro municipal estava passando por reformas e um programa de divulgação da música lírica intitulado Vesperais Líricas havia, provisoriamente, se transferido para o auditório da biblioteca. Ali tinha sido instalado um piano e, em torno dele, cantores líricos cantavam árias de óperas diversas, as mais famosas.
Portanto, eu ia à biblioteca municipal não para ler, mas para ouvir música.
Depois, já estudando na universidade, fui a essa biblioteca diversas vezes para pesquisar, mas, então, estávamos na década de 90 e ela sofria abandono e descaso. O prédio sempre foi lindo, contudo, se deteriorava frente à inação do poder público municipal naquela gestão, que, como em tantas outras, não dava atenção ao problemas do universo da cultura de um modo geral.
Na década seguinte, eu não a frequentei, mas imagino que a coisa deve mesmo ter chegado a um tal ponto de descaso, que a administração, que por fim a reformou, foi obrigada a fazê-lo. E, ainda bem que o fizeram: a Mário de Andrade está linda! A reforma alterou para melhor todas as instalações, respeitando o patrimônio arquitetônico: ficou muito parecido com o que fizeram também com a Pinacoteca.
Como estou de férias do trabalho, pude essa semana ir ali e usufruir dessas novas instalações.
Fiquei tão emocionado!
Como todo mundo, acho absolutamente fundamental que o patrimônio público seja conservado, atualizado, e sirva à comunidade. Pois bem, é isso o que está acontecendo com a nossa biblioteca, a mais querida do pedaço. Foi bacana também observar as pessoas com seus laptops nas mesinhas, as tomadas estarem à disposição e, claro, no setor de circulação todos livros ao alcance da mão... E também ver a biblioteca cheia de gente jovem, estudando como sempre.
Aliás, acho comovente ver gerações de estudantes que se renovam. Paramos pouco para pensar nisso. Por exemplo, no fato de que eu, quando adolescente, estive ali, mas agora os adolescentes são outros e que a casa que abriga todas essas gerações em torno do conhecimento é a mesma. De cara nova, graças!, mas a própria casa idealizada pelo grande escritor cuja figura é homenageada no nome que a biblioteca ostenta em sua fachada.
Agora, preciso dizer o mais importante: quando eu estive na biblioteca, fui ali em busca de lenitivo para uma espécie de tristeza que queria se instalar em meu espírito... Sim! Mas não deixei  isso acontecer e foi a biblioteca que me ajudou nesse intento. Lendo um livro durante umas três horas tanta coisa aprendi! E, o mais importante, o espaço para a amargura não se fez na minh'alma. É que tal espaço foi logo ocupado pela matéria de que o livro tratava: era um compêndio de artigos sobre educação, como poderia ter sido as histórias de Sherlock Holmes, não importa. O livro e a biblioteca cumpriram seu papel, como sempre cumprirão.

Isso aconteceu anteontem. Ontem, fui visitar uma dentista para ter uma consulta.
Quando eu sentei na cadeira e de boca aberta, esperava que ela me dissesse coisas horríveis sobre a minha saúde bucal. Às vezes, vamos ao médico não esperando a cura, mas apenas a confirmação do mal.
Vejam como somos tolos! A cirurgiã dentista, ao contrário, disse-me que todos os problemas que encontrou seriam solucionados e que para tudo tinha jeito (se fosse minha mãe já emendaria: só não tem jeito para a morte! kkkk)
E eu fiquei tão feliz!
Para celebrar essa alegria, postei no facebook:

Quero muito agradecer a Deus e a uma amiga queridíssima [que não frequenta o facebook] uma felicidade que pude sentir hoje. 
Tenho certeza que a amizade é coisa divina! ♥

Renovo aqui o mesmo sentimento e meu desejo sincero de que mais gente possa conhecer essas alegrias que aqui descrevi e que são todas feitas de renovação.


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