quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sascalia


Vejam que bacana o que essa jovem mãe de 3 filhos escreveu no seu perfil no Flickr:
I am a self taught mixed media artist and stay at home mum of three children. I work from my home studio. I am currently selling my artwork internationally on etsy. 
Ela está dizendo que é um artista autodidata e que vive em sua casa cuidando de suas 3 crianças enquanto trabalha em seu estúdio na própria casa. E que, atualmente, está vendendo seu trabalho, internacionalmente, no etsy.
My etsy shop
My blog 

Eu gosto muito de gente que divulga o poder da simplicidade e a beleza das flores! 
Eu, por minha vez, sinto que sou totalmente a favor do Flower Power! rsrsrs









quarta-feira, 29 de junho de 2011

O seu avião não precisa cair, pense nisso!

Hoje alguém me dizia uma coisa muito linda, que nós não temos paz e não temos tempo, porque nós nem sabemos o que é o tempo! Mas, essa pessoa acredita (e eu faço coro com ela) que, na verdade, o tempo da nossa vida é uma fração muito pequena diante da eternidade do espírito e descobrir isso e vivenciar isso mesmo é o que pode nos colocar na disposição para viver em paz.
Voltei do encontro com essa pessoa pensando nisso.
É lógico que o amor é que valoriza o tempo de vida que temos.
No entanto, às vezes, é preciso que ocorra alguma coisa muito intensa para que a pessoa tome consciência disso. Depois que cheguei em casa e quando entrei no facebook uma moça, que conheço apenas por lá, postara essa mensagem, o vídeo abaixo. Mais uma preciosidade do TED.
Como acho que não existem coincidências, mas sincronicidades, faço questão de divulgar por aqui a mesma mensagem.
Esse pai palestrante está falando do amor renovado pela família e que ele passou a viver, depois da experiência de ter estado em um avião que caiu.
Nossa vida nesse planeta é uma fração na eternidade, mas ela é importantíssima justamente pelo quanto nos dispomos a aprender e em todas as situações.
Enjoy it!


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Não é receita de bolo, mas poderia ser...


via ameixa amarela

Estou aprendendo ainda que lentamente a dissipar as fortes emoções que me tomam.
O que nos emociona está dentro, embora possa ter sua origem fora de nós, aparentemente. É bem isso o que acontece. Uma emoção boa que nos chega, por exemplo, a gente acha que isso se deu em função do outro, mas na verdade nós é que estávamos receptivos. Já a emoção má, essa mais facilmente parece ter um start na atitude alheia, mas dependerá sempre de nós mesmos a acolher, alimentá-la.
Estou gostando muito de aprender a não deixar me envolver por tais emoções negativas e descubro, assim, a força de um bem incomensurável: aquele que chega a quem não se deixa tomar por provocações. Você pode até perceber a coisa toda como uma provocação, mas sua desconfiança de que é em você que reside um poder, embora um tanto inefável, na maioria das vezes, de escolha entre magoar-se e/ou entristecer-se ou não, ah!, isso faz toda a diferença.
Em casos semelhantes, não cabe participação do orgulho, pois se tal pecado espreitar esse movimento, tudo desanda, como em massa de bolo em que se esquece de pôr o fermento.
Isso mesmo, para você estar bem é preciso, ao ver, ouvir, ou mesmo sentir a provocação do ente querido e mesmo ainda a de um desconhecido, apenas respirar um pouco mais fundo (talvez isso seja inevitável rsrsrs) e olhar a cena toda contendo em si o que compactuaria com aquilo tudo de tão ruim e, aos poucos, durante o evento emocionante, ir dissipando a coisa toda até que o amor, o único fermento que eu conheço para tais casos, faça essa massa ascender!
O que queremos é a maciez da vida!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Paulo Werneck Muralista Brasileiro

Não contei por aqui, mas eu também fui ao CCBB ver a exposição de Escher (meu Deus como a gente aprente tanto em um evento como esse!) Quem não foi ainda, deveria ir, porque a exposição é um presente muito digno do Banco à cidade. Mas, como mais de 1 milhão de pessoas já foram conhecê-la, acho que tal exposição dispensa  divulgação a essa altura. Quem não for é porque não entendeu a importância do evento e talvez não entenda isso nessa vida. rsrsrs
Agora, acho importante que eu fale aqui de uma outra exposição que fui visitar na semana passada, agora na Pinacoteca do Estado de São Paulo, trata-se de Paulo Werneck Muralista Brasileiro.
O interessante dessa exposição é que, assim como a do Escher, ela cobre toda a produção do artista, praticamente. Ficamos sabendo de toda a sua trajetória. Conhecemos, assim, seus primeiros projetos de painel mural, da década de 40, com composições figurativas contidas em retângulos e que traçam a área do suporte. Também vemos os projetos para os painéis da Pampulha. O curioso é que a Igreja de São Francisco de Assis da Pampulha, em Belo Horizonte, todo mundo conhece devido ao Oscar Niemeyer, mas poucos sabem que os paineis são de Werneck: eu não sabia e a exposição fixa essa assinatura por ali. É tão bonito ver a libertação do artista em relação à iconografia e isso no mural de uma igreja!
Há ainda a passagem dos elementos figurativos pelo trabalho do artista e que aparecem com força nas composições em que elementos figurativos convivem com formas abstratas, em composições híbridas, como nos projetos para o Senai de Benfica, por exemplo.
A grande riqueza do trabalho do artista espalha-se por todo o Brasil, sobretudo nas fachadas de prédios de bancos, de autarquias federais, ou seja,  instituições variadas e mesmo residências. Em tais murais o artista utiliza, na sua grande maioria, elementos da geometria plana - círculo, quadrado, triângulo - e que combinados sugerem formas mais complexas.
Algo que é ressaltado na exposição é que o artista integrava esses painéis por meio de um estudo rigoroso, alcançando um resultado que jamais seria uma presença desconcertante, impositiva ou meramente decorativa.
São, sim, verdadeiras explosões de cores, ocupando toda a superfície para onde foram pensados, portanto são muito estimulantes, pois permitem ao mesmo tempo uma visão múltipla e fragmentada.
Eu fiquei emocionado com a beleza incrível do seu trabalho. Alguns painéis, imaginem, eu já vira em edifícios de Brasília mas não sabia que eram de sua autoria, por lá as pessoas falam mais no Bulcão...
A exposição apresenta também as imagens dos seus trabalhos e depoimentos de contemporâneos, em vídeos. Aprendi, por exemplo, ouvindo uma personagem de um vídeo, o seguinte: o mosaico foi o segredo para decorar as paredes cegas do Modernismo. Portanto, Werneck foi um desses mentores que trouxeram a luz, a cor e a visão para tais paredes cegas.
Há uma matéria, em um periódico francês, e que é encontrado em meio a toda documentação exposta, que fala de Werneck nesses termos: Paulo Werneck et demontrent une fois de plus la maîtrise contemporaine dans un art ancien.
Sem dúvida, um artista brasileiro dos grandes. Conheça-o você também!











terça-feira, 14 de junho de 2011

Eu também passei uma tarde com Margueritte!


Logo que eu soube que Gérard Depardieu, todo bonachão, estava em um filme contracenando com uma senhora de mais de 90 anos (Gisèle Casadesus). Eu disse para mim mesmo: Esse filme eu preciso ver...
É que eu confio nos franceses o suficiente para saber que de um encontro como esse só poderia acontecer um filme superbe!
E, na última segunda (nada como férias! Sessão às 13h15min., no Reserva Cultural), fui ver Minhas tardes com Margueritte (La tête en friche), quando tive a oportunidade de confirmar aquela minha intuição.
Todo mundo que ama os livros e a literatura sabe que, para muito além de qualquer esnobismo, amar os clássicos da literatura, como A Peste, de Camus, é algo que faz sentido, sobretudo porque a literatura sempre transforma a vida das pessoas.
Não, as pessoas não precisam tanto assim de conforto material, elas precisam de conforto espiritual. As palavras bem ditas caem no coração, muito naturalmente, e fazem brotar as atitudes certas a se tomar na vida!
É isso o que ocorre com Germain, um homem simples do interior da frança, semi-analfabeto e que embora simplório, tem um coração vasto, generoso! Quando ele encontra a velha senhora Margueritte, sentada na mesma praça em que ele cuida de pombos, descobre que ela é uma senhora que adora os livros. O início dessa relação imprevista e improvável permite que Germain atravesse aquela ponte da reflexão que o contato com a palavra escrita exige que atravessemos e que ainda nos permite fazer a passagem para uma vida em segundo grau!
O mais singelo, contudo, é que o filme ensina que alcançar a civilidade longe de ser o que muitos pensam, o contato inevitável com o materialismo, é a oportunidade para exercitar ainda mais e melhor o amor e a caridade!
Preciso dizer algo mais e importante: não se preocupe se você tiver que chorar de emoção, o filme solicita isso mesmo (não, isso não é piegas!) e lembre-se sempre que as lágrimas sinceras são o verdadeiro sintoma de uma renovação.

 

The world is nothing without a woman or a girl


Ontem, alguém me falava acerca da importância de não ouvirmos música ruim: de baixa qualidade. Por exemplo, com mensagens nas letras das canções que só convidam à discórdia e/ou ao desamor. Ou ainda que insistam na vulgaridade, na devassidão: quando, por exemplo, há um elogio ao descontrole da libido, considerado banal, e cujos resultados, sobretudo para a juventude, são sempre de dor. No Brasil, a coisa tem desandado nesse sentido e todo mundo já percebeu não é mesmo?
Então, lembrei-me imediatamente que, quando a arte é de um nível superlativo, o desenvolvimento desse mesmo instrumento, a canção, é completamente diferente e com finalidades opostas e isso justificava a minha ansiedade para ver, no domingo, o show de Sharon Jones e The Dap-Kings.
Eu e meus amigos chegamos ao local da apresentação, o Auditório Ibirapuera, quando a banda já se encontrava toda no palco e no momento exato em que entrava no palco, vestindo um vestido todo dourado, a cantora. Sharon Jones vibrava pela sua voz a condição feminina que ela representa por excelência: intensa, verdadeira, sedutora, talentosa e amorosa.
Ela cantava todo o tempo, desde o início e até o fim, sem intervalo, sem qualquer interrupção, sequer para falar, uma vez que quando precisava explicar qualquer coisa ao público [como quando quis ficar descalça ou até mesmo quando precisou calçar novamente as sandálias] ela justificava tudo o que fazia cantando... E também dançava, como alguém muito jovem, de grande vitalidade! [ela que não é nenhuma mocinha]
Aliás, algo que me tocou profundamente foi ver a plateia que se formou também quase toda ela composta de gente jovem. Jovialidade atrai juventude! Alguns sequer conheciam a cantora, mas se tornaram fãs absolutos naquele momento! E cantavam e dançavam e aplaudiam! Uma jovem perto de mim perguntou para outra: “Como é o nome dela mesmo? Sara Jane?” “Não, é Sara Jones!”
Eu não pude corrigi-las porque nesse momento Sharon Jones iria cantar o hit mais incrível que alguém pode ter no seu curriculum:

100 days, 100 nights
To know a man's heart
100 days, 100 nights
To know a man's heart
And a little more
Before he knows his own

E o que dizer da sua performance no bis? Depois dessa interpretação eu precisei ir embora, imediatamente, por que aquele momento pedia que fosse muito bem guardado no meu coração.
Ela cantou para o público em êxtase:

This is a man's world, this is a man's world
But it wouldn't be nothing, nothing without a woman or a girl.

Aliás, podemos dizer que nessa frase se resume toda a lição musical do último domingo, dia dos namorados, em São Paulo. O show de Sharon Jones é, em muitos sentidos, um convite ao entendimento do quanto a mulher deve ser respeitada, integralmente, e, sobretudo, do quanto o machismo é algo degradante. A liberdade e a força de expressão da artista não deixam de ser um libelo disso mesmo.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Saturno Contro


O mais delicioso das férias, mesmo quando não viajamos, é poder, por exemplo, sair de casa para pegar uma sessão de cinema, às 15 horas, em plena segunda-feira.
Foi o que fiz na última segunda, quando fui ao Cinesesc, na Rua Augusta, esse cinema delicioso que temos em São Paulo.
O filme em cartaz chama-se Saturno em Oposição. Qualquer pessoa que manje o mínimo possível de astrologia pode imaginar o que seja esse aspecto astrológico, durante um período, na vida de qualquer um.  É claro que teremos um período difícil. Não se trata de uma conjunção, mas de uma oposição. Saturno é o planeta que solicita um tempo longo de maturação das coisas...
Explicada a metáfora do título, vamos ao filme. O diretor Ferzan Ozpetek deve, mesmo que inconscientemente, gostar de gente bonita. Como ele consegue reunir gente bonita! E até quem não é bonito, ao menos de acordo com os padrões vigentes, torna-se bonito no seu filme. O mais bonito, contudo, é que ele está falando de amizade. E amizade de um grupo de pessoas. Trata-se da condição clássica de um grupo que se reúne em torno de um casal. No caso, o casal é um casal de homossexuais, muito querido pelo grupo e que, por sua vez, quer muito bem a todos os outros.
Haverá no filme, é bom que você se prepare (pois eu fui pego de surpresa) um trabalho de luto, de perda (bem coisa de Saturno em oposição...) e, então, o filme vai construindo um paralelo entre uma perda real, e que acontece no plano do que poderíamos chamar como aquilo que é parte do mistério na vida, e uma outra perda, focada no relacionamento do casal heterossexual, e que também acontece, mas, agora, devido talvez ao egoísmo de um dos envolvidos (o filme não diz isso, essa é a minha interpretação, of course).
Achei magnífica a cena em que Antonio, casado com a psicóloga Angélica, vai encontrar-se com a amante, a florista Laura, e ambos atravessam uma praça, disfarçadamente, lado a lado, mas como não se conhecessem, até entrarem, do outro lado da praça, numa passagem com uma porta de vidro, para somente, então, longe do olhar do público, entregar-se aos apelos da paixão. Foi inevitável pensar que essa cena era outra metáfora, muito concreta aliás, de que também os heterossexuais podem ser marginais nas suas paixões e não apenas os homossexuais. Vejam lá e percebam se é possível essa interpretação.
É um filme de um diretor muito sensível e que nos diz o que toda obra de arte verdadeira sói dizer, que a condição humana é mesmo sofrida, há períodos verdadeiramente difíceis, mas que tudo se reverte em aprendizado! Ah, e que também a solidariedade entre os membros de um grupo constituído é fundamental.
;-)
Quero lembrar que essa foi apenas minha impressão muito geral do filme, o que eu desejo é que vendo o trailer abaixo vocês sejam tomados por essa luz que emana do filme e queiram vê-lo também.


sábado, 4 de junho de 2011

Annie French


Tudo o que pude saber dessa artista escocesa é que Annie French (1872-1965) era filha de um metalúrgico, nasceu em Glasgow e estudou na Glasgow School of Art,  tendo como professores Fra Newbery e o simbolista belga Jean Delville. Mesmo que influenciada pelos pré-rafaelitas, Aubrey Beardsley e Jessie M King (tais artistas pertenceram a Irmandade Pré-Rafaelita - Pre-Raphaelite Brotherhood ou PRB ou, simplesmente, Pré-Rafaelitas, um grupo artístico fundado na Inglaterra em 1848), ela desenvolveu um estilo todo próprio e que combina essas cores muito vivas, as formas curvilíneas e essa textura exuberante em todos os trabalhos.

Achei curioso que ao ver esses trabalhos eu tenha, imediatamente, feito uma aproximação dessas figuras femininas de French com aquelas de Klimt, muito provavelmente isso se deve ao fato que o pintor austríaco também era um simbolista.

Penso que são espíritos irmãos, portanto.

Contudo, o olhar masculino conduzia aquelas mulheres de Gustav Klimt para um clima por vezes erótico, ainda que isso se desse apenas como sugestão, ou pela presença da figura masculina em alguns trabalhos, e mesmo do casal, de qualquer modo, todos esses personagens sempre envoltos na profusão de cores, texturas e brilho que caracterizam o trabalho de Klimt.

Já aqui, essa mesma atmosfera de riqueza de cores serve, ao contrário, para expor, pela ótica feminina, a imagem da mulher como uma figuração mais etérea e difusa, e mesmo que ela não esteja só, sobretudo em termos dessa atmosfera onírica que ela alcança.














quarta-feira, 1 de junho de 2011

Who are you ? Who am I ?

Love-in-a-Mist – Nigella Damascena
via House Plants Guru
Penso que é bastante suspeito julgarmos tanto assim as pessoas, como o fazemos comumente. Aliás, sempre me parece que, quando eu ajo desse modo, o faço por mera inércia, ou seja, por preguiça de ser bom.

Alguém me fez algum mal e, prontamente, começo a atribuir a essa pessoa o próprio poder da maldade!

Então, ela cresce de um modo desmesurado, na minha imaginação, e isso se dá, primeiramente, por que eu a cubro de adjetivos nefandos. Nunca me refiro a tal pessoa pelo nome, simplesmente, mas por um qualificativo, em geral antecedido pelo pronome demonstrativo:
Aquele...
Aquela...
Se ao menos eu pudesse ouvir a mim mesmo nesses momentos!
Confirmaria que eu não deixo de ser Aquele..., igualmente suspeito no âmago de seus atos e palavras.

É por esse motivo que eu quero cada vez mais poder, francamente, dizer aos meus semelhantes: Obrigado, você me ensinou muito a respeito de mim mesmo, sendo assim tão diferente de quem eu pensara ser...