
Ontem, tive uma mãe e seu bebê sentados ao meu lado, no metrô, e era exatamente isso que eu via e fiquei comovido, de verdade, com aquela criança que, por sinal, era lindíssima.
Lembro-me, no entanto, de ter lido, não sei se em Melanie Klein (a ver) que o infan em seu desejo selvagem por satisfação imediata é exatamente como o foram um dia os dinossauros. Ninguém imagina o bebê Johnson um dinossauro mas, ao que parece, no fundo é mesmo o que ele é. :p
Eu ainda dou um desconto a esse bebê dinossauro (aqui é impossível não nos lembrar da série televisiva americana, do início dos anos 90, Dinosaurs - Família Dinossauros - e o seu Baby Sauro (Baby Sinclair), caçula da família, e que atingia o pai repetidamente na cabeça com uma frigideira enquanto também repetia o bordão: "Não é a mamãe", além daquela outra frase que ele adorava dizer: "Precisa me amar!"). Dou um desconto, porque afinal, sim, é um bebê e pode ser visto como adorável, apesar de tudo. ;-D
No entanto, o bebê cresce e é quando tudo muda de figura, ao menos na aparência. Penso que o que deveria nos interessar como objeto de reflexão nessa seara é uma importante questão que, então, se impõe para o "bebê gigante". Poderemos compreendê-la, nesse singelo exemplo cotidiano e que, penso, podemos assistir em qualquer tempo e lugar:
Alguém diz para um outro alguém (pode ser uma moça e um rapaz, ou ainda, duas moças ou dois rapazes, não importa, fiquemos com a imagem de dois seres humanos adultos):
- Nunca mais conto com você para nada!
Subentende-se: esse outro alguém, o abordado, deixou de atender a uma solicitação daquele primeiro.
Um outro alguém, que a toda a cena assistiu e que pertence ao conjunto dos seres humanos a que podemos chamar o dos antenadíssimos, comenta:
- O problema da carência humana é o mesmo para todo mundo!
Eu, que também participo da cena, penso: Isso é bem verdade...
Mas não precisei dizer nada, é que nesse momento a cumplicidade já atravessara os corações todos!