Hoje, eu conversava com uma amiga na hora do almoço e ela ficou muito desapontada comigo.
É que ela me contava uma história e no meio do seu relato desatei a rir.
Meu riso pareceu-lhe desrespeitoso, porque o que ela me contava era o caso de uma injustiça sofrida por uma outra pessoa. Então, quando minha reação jocosa se deu, pareceu à narradora que eu era indiferente propriamente a essa injustiça relatada.
Tive um certo trabalho para lhe explicar que não era do relato que eu rira, mas da forma como ela se revelava profundamente indignada, mais até do que talvez estivesse a própria vítima da injustiça.
Veja bem, não se tratava de algo irreversível ou demasiado, como, sei lá: uma pena de morte imputada a um inocente ou a vitimização própria de quem sofre assédio moral, nada disso...
Era um feito grave, mas corriqueiro até. Tratava-se de algo que, muito provavelmente, a própria pessoa iria superar, no devido tempo. Os responsáveis pelo mal feito talvez nem tivessem consciência absoluta do que fizeram. Erraram porque não sabiam o que faziam, sabe?
Portanto, foram apenas egoístas, como a maioria de nós ainda costuma ser.
Mas, então, por que eu ri, se, ainda assim, de fato tudo era da ordem do lamentável?
É que eu sou muito parecido com esta minha amiga com quem eu almoçava. Provavelmente, quando crianças, ambos sofremos preconceitos diversos e fomos aprendendo a reagir intempestivamente diante de qualquer injustiça e mais: aprendemos a defender "os frascos e os comprimidos" na nossa sede de justiça!
Quando vi que ela fazia o mesmo que eu também faço, aqui e acolá, comecei a rir por que isso me pareceu um tanto ingênuo, embora absolutamente legítimo!
O incrível da nossa ingenuidade é mesmo o quão ela é legítima.
O magnífico da experiência humana é quando não somos absolutamente ingênuos e sabemos que não há culpados completamente, nem tampouco inocentes, mas que todos precisamos cada vez mais aprender um tanto do amor próprio para, então, amar perdidamente e, aliás, sem nenhuma ingenuidade a qualquer um.
É que ela me contava uma história e no meio do seu relato desatei a rir.
Meu riso pareceu-lhe desrespeitoso, porque o que ela me contava era o caso de uma injustiça sofrida por uma outra pessoa. Então, quando minha reação jocosa se deu, pareceu à narradora que eu era indiferente propriamente a essa injustiça relatada.
Tive um certo trabalho para lhe explicar que não era do relato que eu rira, mas da forma como ela se revelava profundamente indignada, mais até do que talvez estivesse a própria vítima da injustiça.
Veja bem, não se tratava de algo irreversível ou demasiado, como, sei lá: uma pena de morte imputada a um inocente ou a vitimização própria de quem sofre assédio moral, nada disso...
Era um feito grave, mas corriqueiro até. Tratava-se de algo que, muito provavelmente, a própria pessoa iria superar, no devido tempo. Os responsáveis pelo mal feito talvez nem tivessem consciência absoluta do que fizeram. Erraram porque não sabiam o que faziam, sabe?
Portanto, foram apenas egoístas, como a maioria de nós ainda costuma ser.
Mas, então, por que eu ri, se, ainda assim, de fato tudo era da ordem do lamentável?
É que eu sou muito parecido com esta minha amiga com quem eu almoçava. Provavelmente, quando crianças, ambos sofremos preconceitos diversos e fomos aprendendo a reagir intempestivamente diante de qualquer injustiça e mais: aprendemos a defender "os frascos e os comprimidos" na nossa sede de justiça!
Tarte tatin, a sobremesa |
O incrível da nossa ingenuidade é mesmo o quão ela é legítima.
O magnífico da experiência humana é quando não somos absolutamente ingênuos e sabemos que não há culpados completamente, nem tampouco inocentes, mas que todos precisamos cada vez mais aprender um tanto do amor próprio para, então, amar perdidamente e, aliás, sem nenhuma ingenuidade a qualquer um.
Li num fôlego só e fiquei sem ar! :0
ResponderExcluirLindo!
Solange você é muito linda. Obrigado. Fico feliz em ler esse seu comentário.
ExcluirBrilhantismo pouco é bobagem. Não leio seus textos, eles é que me leem !
ResponderExcluirQuerido! Que lindo elogio. Fico muito feliz. É que somos todos tão humanos, né? ;)
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