- Qual é o medo nesse caso?
- Talvez seja o de não agradar.
- O que agradaria afinal?
- Parece que uma série de fatores influenciam nisso de agradar, entende?
- Mas uma pessoa tem que ser do agrado de outra?
- Não como um objeto, evidentemente.
- Então, como?
- Como, talvez, o que desperte empatia.
- Sei. Estamos falando de algo que possa estar no conjunto da pessoa. Aquilo que ela traz e aparece consigo desde o primeiro momento. Portanto, o que faz dela uma aparição agradável antes mesmo de uma palavra ser dita. Quando a essência se mostra na aparência, atravessando sua persona. Tal qual perfume que se evola desse todo pelo qual ela se apresenta, ou seja, no exato momento em que o seu ser e o seu aparecimento coincidem e, diante disso, não se pode sentir outra coisa que não seja atração e prazer de se encontrar com.
- Pois, então, era esse o medo: o de talvez não ser assim.
- Mas como saber senão indo ao encontro?
- Yes.
- Talvez seja o de não agradar.
- O que agradaria afinal?
- Parece que uma série de fatores influenciam nisso de agradar, entende?
- Mas uma pessoa tem que ser do agrado de outra?
- Não como um objeto, evidentemente.
- Então, como?
- Como, talvez, o que desperte empatia.
- Sei. Estamos falando de algo que possa estar no conjunto da pessoa. Aquilo que ela traz e aparece consigo desde o primeiro momento. Portanto, o que faz dela uma aparição agradável antes mesmo de uma palavra ser dita. Quando a essência se mostra na aparência, atravessando sua persona. Tal qual perfume que se evola desse todo pelo qual ela se apresenta, ou seja, no exato momento em que o seu ser e o seu aparecimento coincidem e, diante disso, não se pode sentir outra coisa que não seja atração e prazer de se encontrar com.
- Pois, então, era esse o medo: o de talvez não ser assim.
- Mas como saber senão indo ao encontro?
- Yes.
Um desdobramento dessa prosa...
ResponderExcluir(de Waly Salomão e Adriana Calcanhoto)
Fábrica do poema
Sonho o poema de arquitetura ideal
Cuja própria nata de cimento
Encaixa palavra por palavra, tornei-me perito em extrair
Faíscas das britas e leite das pedras.
Acordo;
E o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo.
Acordo;
O prédio, pedra e cal, esvoaça
Como um leve papel solto à mercê do vento e evola-se,
Cinza de um corpo esvaído de qualquer sentido
Acordo, e o poema-miragem se desfaz
Desconstruído como se nunca houvera sido.
Acordo! os olhos chumbados pelo mingau das almas
E os ouvidos moucos,
Assim é que saio dos sucessivos sonos:
Vão-se os anéis de fumo de ópio
E ficam-me os dedos estarrecidos.
Metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
Sumidos no sorvedouro.
Não deve adiantar grande coisa permanecer à espreita
No topo fantasma da torre de vigia
Nem a simulação de se afundar no sono.
Nem dormir deveras.
Pois a questão-chave é:
Sob que máscara retornará o recalcado?
Uau! Lu!
ResponderExcluirFiquei de cara! Como Wally é o poeta e a Adriana uma linda!
E você! Obrigado obrigado!