O argumento daquele meu primo é básico: não vou comer um animal e que foi morto para que eu o comesse. Já o argumento de uma amiga para não comer nem peixe, e que até Cristo comeu!, é ainda mais essencial: "Não como nada que tenha olho".
Espero um dia poder responder assim, e com todas as letras, àqueles que me perguntarem: Você não come carne?!
Estou falando disso porque, ontem, meu escritor preferido falou no post do seu Caderno o que os chineses fazem com as aves cujas penas recheiam nossos travesseiros e fiquei penalisado.
Leiam:
Penas chinesas
Fevereiro 12, 2009 by José SaramagoMeter uma lagosta viva em água a ferver e cozinhá-la ali é uma velha prática culinária no mundo ocidental. Parece que se a lagosta já for morta para o banho, o sabor final será diferente, para pior. Há também quem diga que a rubicunda cor vermelha com que o crustáceo sai da panela se deve justamente à altíssima temperatura da água. Não sei, falo por ouvir dizer, sou incapaz de estrelar convenientemente um ovo. Um dia vi num documentário como alimentam os frangos, como os matam e destroçam, e pouco me faltou para vomitar. E outro dia, que não se me apagou da memória, li numa revista um artigo sobre a utilidade dos coelhos nas fábricas de cosméticos, ficando a saber que as provas sobre qualquer possível irritação causada pelos ingredientes dos champús se fazem por aplicação directa nos olhos desses animais, segundo o estilo do negregado Dr. Morte, que injectava petróleo no coração das suas vítimas. Agora, uma curta notícia aparecida nos jornais informa-me de que, na China, as penas de aves destinadas a recheio de almofadas de dormir são arrancadas assim mesmo, ao vivo, depois limpas, desinfectadas e exportadas para delícia das sociedades civilizadas que sabem o que é bom e está na moda. Não comento, não vale a pena, estas penas bastam.
Galinhas, porcos e vacas não tem outra função no mundo a não ser nos servir de alimentos, pois são derrubadas matas virgens para se fazer pastos. E seguindo essa linha de raciocínio vale a pena ser vegetariano...
ResponderExcluirJosafá,
ResponderExcluirMais um vez você mexeu na ferida que incomoda muita gente. Parabéns!
Tem razão, mas um joelhinho de porco, bem grelhado, com mostarda, é suficiente para dar cabo a qualquer pudor alimentar vegetariano, meu caro Crisóstomo.
ResponderExcluirOlyvia,
ResponderExcluirEu não sei se os seres vivos têm determinada função apenas em relação a nós, os seres humanos. Tudo é também tão cultural, Na índia,
a vaca, por exemplo, não participa dessa função sugerida. De qualquer modo, precisamos comer. Essa é a verdade que não pode ser calada: Você tem fome de quê?
Alessandra,
ResponderExcluirA ideia nem era mexer na ferida não. Era pensar na ferida que nossas atitudes tão "humanas" resultam de ferida para o restante dos seres, para o planeta, enfim...
É uma preocupação que eu tenho comigo, e que desejei partilhar. Mas não é que esse post foi o mais comentado, até agora? :)
Felipe,
ResponderExcluirCuidado com a digestão. rsrsrs :p