sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A boa surpresa estava no molho.

Comer pode ser um imenso prazer. Eu não posso comer todos os dias em bons restaurantes e nem mesmo em maus restaurantes. Assim sendo, todos os dias como a muito boa comidinha caseira que fazemos eu e minha mãe.
Contudo, em dia de pagamento, costumo dar-me o presente de comer fora. E, então, entro num bom restaurante, que não precisa ser o mais caro da cidade, of course.
Sempre sozinho, sento-me e fico fazendo cara de paisagem enquanto aguardo o atendimento, que, como todo bom freguês, espero que seja o melhor, sobretudo no tocante à gentileza, educação e aos sorrisos. O cardápio será sempre bom, eu sei. Procuro escolher lugares que me sirvam alguma coisa leve e feita com os melhores ingredientes e sobretudo que eu perceba que aqueles que comandam as panelas estejam de bem com a vida, recebam o justo pelo seu trabalho e, assim, o façam com amor. Quem cozinha precisa ter amor pelo que faz, talvez mais do que todo mundo que trabalha. Eu vou comer, literalmente, o fruto desse trabalho.
Hoje, fui ao Caffe Latte, na Rua do Comércio, 58, centro de São Paulo. Restaurante lotado, não havia mesas disponíveis. O gerente da casa (?), muito simpático, perguntou-me se eu ficaria incomodado de comer no balcão, estando sozinho como estava. Aquiesci. Faço o pedido: Penne ao molho Mediterrâneo.
Na hora em que trouxeram o prato, vi que era um prato de penne, mas logo estranhei a aparência, eu pensava que o tal molho mediterrâneo levaria tomates, seria vermelho, e o prato que me colocaram na mesa, embora de penne, continha um molho branco. Como não tinha certeza de nada disso, comecei a comer e senti o gosto delicioso de bacalhau: Adorei!
A moça que acabara de deixar o prato, voltou, dizendo que tinha errado a entrega do pedido. Sem graça, perguntei se eu poderia continuar comendo aquele mesmo, e, claro, ela concordou.
Na hora de pagar a conta a boa surpresa, paguei o valor do penne ao molho mediterrâneo (mais barato) e não aquele que comi, ou seja, o do molho de bacalhau, cujo valor fiquei sem saber quanto era. Quando perguntei quanto eu devia pagar pela diferença (que imaginei que havia) a moça muito cordata disse-me:
- Não, o erro foi meu!
Que imenso prazer e ainda maior o de viver em um mundo civilizado e de boas surpresas, ainda que, ao que parece, isso só possa ocorrer de quando em quando, quiça, uma vez a cada mês.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Amigos dentro e fora das telas

Depois de sofrer um assalto e ficar em pleno centro da cidade sem lenço e sem documento, constatei duas coisas importantes. A primeira: São Paulo é uma cidade ótima guando você está com dinheiro no bolso (então as portas todas se abrem e com elas os sorrisos todos), já estando fragilizado ela se assemelha a uma madrasta má: nobody knows.
A outra constatação foi a de que é muito importante ter amigos em São Paulo.
E ainda...
depois de um acontecimento aborrecido como aquele é bom também ir ao cinema e de preferência para ver gente como Penélope Cruz e Sean Penn. Eu ainda não tinha visto Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen, e constatei que eu não podia ter perdido aquela atuação da atriz. Foi ainda mais importante assistir ao Milk - A Voz da Igualdade, de Gus Van Sant, nesse caso, quase uma obrigação. Descobri que os gays do mundo inteiro devem muito àqueles bravos resistentes americanos em uma época tão repressora aos seus direitos, e que, claro, a todo momento ensaia seu retorno em intensidade também em nossos dias: com os moralistas, os religiosos obtusos e os enrustidos de plantão. Sean Penn não apenas provou seu talento de ator mas também sua dignidade humana e seu excelente bom coração quando, ontem, discursou na celebração do Oscar conclamando pelo respeito aos homossexuais. Everybody needs know about it !

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Pacote imobiliário de Obama ajudará 9 milhões de famílias

Essa foi a manchete de hoje do Estadão. Eu a vi estampando o jornal dependurado em uma Banca de Jornais, no final da XV de Novembro. Segundo as palavras do próprio presidente americano: "Esse plano não vai salvar todos os lares, mas vai dar a milhões de famílias fadadas à ruína uma chance de se recuperar".
Manchetes e declarações como essa são particularmente emocionantes, ainda mais porque eu, como muitos no mundo, torci pela eleição de Obama e, ao contrário do que dizem os opositores e invejosos de plantão, não espero (como imagino que não esperamos) que ele seja um super-homem, mas apenas o homem e bom governante que sempre desejamos que sejam aqueles que se lançam na vida pública e na defesa verdadeira da democracia.
Em tempo: eu temia que a forma do horrendo Bush governar imperasse por lá, em suas desastrosas consequências pelo mundo afora, então, durante a campanha presidencial americana, rezei muito e o pedido era um único: que Barack Obama vença as eleições, meu Deus! Até aprendi a rezar o Pai Nosso em inglês! Com ênfase para o seu final: Deliver us from evil. Amen. Parece que Ele ouviu minhas preces...

A Cigana leu o meu destino

Trabalhar no centro de São Paulo é sempre uma aventura e uma emoção. Todos os dias você irá encontrar milhares de pessoas nos trens do metrô, nas praças e ruas. Todos os dias os rostos serão novos, os mais diversos e raramente se repetirão. Alguém irá te abordar, inevitavelmente, para pedir algo: dinheiro, comida, cigarro ou apenas uma informação.
Hoje, ao sair da estação Sé e descer a praça, encontrei uma cena que me remeteu àquela canção de algum carnaval passado e que agora me parece tão distante: "A cigana leu o meu destino..." Foi exatamente essa a cena: uma senhora estendia sua mão para uma cigana que dizia no momento da minha passagem: "Uma pessoa conhecida..."
A primeira vez que vi ciganas na minha vida, eu devia ter doze anos e foi nessa mesma praça da Sé. Na ocasião, achei que elas não eram pessoas reais ou do meu próprio tempo, mas que pudessem ter saído de algum túnel do tempo: diretamente da Idade Média europeia (ou da ideia que eu fazia do que devia ser a tal Idade Média, na Europa). Aliás, lembro-me exatamente de ter pensado: Nossa que coisa mais medieval! Sinto mesmo que com aquelas saias rodadas e multicoloridas, os seus longos cabelos soltos, presos ou em tranças, as ciganas da Sé, em sua atitude mística e em seu ofício de ler nas mãos o destino das pessoas, resultam, é certo, em um anacronismo. No entanto, ele se atualiza no desejo natural daquelas pessoas que estendem suas mãos e confiam na arte de tais ciganas, que, se observarmos bem, é quase uma prestidigitação.
A verdade é que o cotidiano de São Paulo está cheio de magia. Esta semana, em especial, a magia ficará por conta do carnaval. Na magia muito característica do carnaval, em que comunidades inteiras dos inúmeros recônditos da cidade, após mobilizarem-se nos diversos ensaios em suas quadras, desfilam na avenida seus tesouros de imaginação e alegria e que foram forjados em seus barracões. O melhor de tudo é saber que a alquimia do samba ainda impera nessas ocasiões e a celebração da vida nessa cidade continuará sendo o grande tema subjacente, e que também não faltará seus correlatos, ou seja, a imensidão de pessoas em São Paulo, em sua diversidade, com suas carências e seu desejo por um destino melhor.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O convívio com as crianças

Ainda ontem, eu falava aqui da minha preocupação com a educação das crianças. Acho que tal tema tem sido recorrente na minha vida, talvez porque quando chegamos na meia idade e, mesmo não tendo filhos, as crianças começam a nos cercar. Os filhos de irmãos e irmãs, no meu caso.
De qualquer modo, eu penso que teria dificuldade em conviver diariamente com as crianças. Elas demandam uma atenção concentrada e, acredito, também um amor incondicional. Mas, sempre que estou em contato, exercito falar com as crianças e, de preferência, de igual para igual. Acho patético tratar crianças como seres retardados ou com grosseria demasiada, o que, infelizmente, é o que mais assistimos nas famílias, nas atitudes dos pais e adultos em geral em seu convívio cotidiano com os pequenos.
A propósito, estou lendo o livro de Amós Oz intitulado De amor e trevas. Nele, o autor conta muito da sua vida - o livro é sobretudo um relato autobiográfico - e, em determinadas passagens, ele nos conta a respeito de sua terna relação com os pais quando ainda criança. Filho único, certa feita conversando com os pais, extrapolou em algum assunto ou circunstância e o pai o repreendeu. Talvez tenha sido a repreensão, de um pai para seu filho, mais elegante, sincera e com todo o sentido e que eu já tenha ouvido contar. Vejam lá:
Chega, acabou. Por hoje é o bastante. E lembre-se, por favor, que hoje você vai tomar um belo banho, incluindo lavar a cabeça. Não, nem pensar, disso eu não abro mão. Por que abriria? Você pode me dar um bom motivo pelo qual eu devesse adiar a esfregação da cabeça? Não? Nesse caso é melhor que no futuro você nem tente começar uma discussão se não tem argumento, nem sombra de argumento. E faça o obséquio de lembrar, de uma vez por todas que por definição "eu quero" e "eu não quero" não são, de maneira alguma, argumentos, mas caprichos.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Do amor de Jesus

Alguns representantes de grupos cristãos denominados genericamente de evangélicos têm a descortesia de, ao encontrar-me na rua ou em qualquer espaço público em que nos cruzamos, exclamarem ao me ver: "Jesus te ama". Sempre me senti ofendido quando esse tipo de manifestação por parte de um desconhecido foi a mim dirigida. A frase singela na sua natureza poderia de fato ser de bom augúrio, mas para assim o ser a pessoa deveria sorrir e dizer num tom de cumplicidade daqueles que partilham a mesma fé na pessoa de Jesus ali evocada por meio de seu amor. Assim, eu e esse meu irmão evangélico saberíamos ambos do amor de Jesus em particular pela minha pessoa e, nesse caso, essa seria uma condição apenas confirmada.

No entanto, não se trata de nada disso em absoluto. Os tais evangélicos que se aproximam de mim falando do amor que Jesus tem por mim, o fazem de um modo bastante agressivo, sugerem pelo tom, pela máscara de reprovação ou até mesmo de piedade que esboçam em seus semblantes, que eu absolutamente ignoro esse amor de Jesus por mim e que, assim sendo, eu estou condenado a estar afastado de Jesus, o que pode ainda sugerir que talvez eu esteja vagando no mundo em companhia de seres de baixa frequência, como o demônio ou o que o valha.

É evidente que o que desperta nesses cristãos tal sentimento é algo que em mim lhes assusta e que é de ordem sexual. Já notei que todos os que assim se manifestam estão primeiros preocupados com aquilo que eu represento e não com o amor que Jesus teria por mim em qualquer circunstância e que, ainda assim, é reiterado. São todos aqueles que abraçaram a fé cristã para rejeitar em si mesmos qualquer coisa que não lhes parecia combinar com essa mesma fé. A verdade é que os que dizem que Jesus ama a mim são ressentidos. Tiverem de deixar de ser eles mesmos para acreditar no amor de Jesus e lamentam que eu continue sendo a mim mesmo e que assim sendo, supostamente, eu não conheça o tal amor.

Já tive inúmeras reações, algumas patéticas outras hilárias, a esses encontros inesperados com os amados por Jesus. Uma resposta que lancei essa manhã para uma senhora evangélica rancorosa, embora piedosa:

A Senhora não me conta nenhuma novidade. Acredito que se Jesus não me amasse ele não poderia amar a mais ninguém!

Da educação musical das crianças.

Quando eu era criança, estávamos todos na década de 70. Naquela época, a televisão já influenciava a vida cotidiana do brasileiro. Sobretudo, a Rede Globo e suas novelas. Lembro-me de, quando eu estava na 4a série, a escola municipal em que eu estudava ter promovido uma festinha por ocasião talvez do dia das crianças e, no bailinho, eu dancei com as meninas e o som que imperava era o da Disco Music, por influência da novela Dancin Days, de Gilberto Braga. Era 1978. Foi uma delícia: as meninas vestiam mini-saias e usavam sandálias com brilhantes meias soquetes. E dançar era uma celebração.

Naquele contexto da música nacional, estávamos ouvindo Dancin Days - com As Frenéticas (tema de abertura da novela); Hora De União (Samba Soul) - com Lady Zu e Totó Mugabe; Amanhã, com Guilherme Arantes - (tema da personagem Júlia); Agora é Moda - com Rita Lee; Kitche Zona Sul, com Ronaldo Resedá (tema do personagem Beto); Solitude, com Gal Costa (tema da personagem Yolanda); Copacabana, com Dick Farnei (tema do personagem Alberico). Havia, é claro, os hits internacionais da mesma novela, que eram, entre outros: Dancin' Days Medley (Night Fever / Stayin' Alive / You Should Be Dancing / Nights On Broadway / Jive Talking / Lonely Days, Lonely Nights / If I Can't Have You / Every Night Fever) com Harmony Cats; Macho Man, com Village People; e Follow You, Follow Me, com o Genesis, entre outros. Tudo isso era muito dançante, divertido e... inocente.

Digo isso, porque de lá para cá muita coisa mudou no caldeirão musical brasileiro, bem como internacional. As crianças, evidentemente, continuam acompanhando as febres do que os adultos e a Rede Globo, entre outros canais televisivos, apresentam como opção no cardápio musical popular. E as crianças, o que pode ser saudável, continuam querendo dançar e, de fato, estão dançando.

Contudo, lembro-me de quando, por exemplo, apareceu o "É o Tchan!", um grupo musical brasileiro de pagode baiano, que se tornou muito popular na segunda metade da década de 90 e que apresentou diversas canções de teor nitidamente "erótico" e de duplo sentido. O tal grupo se popularizou com a ajuda de um trio de dançarinos, que em sua primeira e original formação eram Carla Perez, Débora Brasil e Jacaré e que também tinha nos vocais os chamados "Cumpadi" Washington e Beto Jamaica.

É evidente que toda dança tem um apelo corporal, físico mesmo e dentre outra coisas pode despertar a libido, mas a proposta desse tipo específico de trabalho, como o daquele grupo, enquadra essa libido em um modelo que resulta em um comportamento machista e, no mínimo, de gosto absolutamente duvidoso. E quando você se dá conta há crianças de 3, 4 anos, nas festinhas das famílias, reproduzindo as tais danças desse grupo, entre outros similares, e cantando suas músicas.

De lá para cá, a coisa toda se agravou ainda mais, sobretudo se levarmos em consideração o que o chamado Funk carioca vem promovendo nesse viés da vulgarização da experiência sexual entre seres humanos, chamados, então, de cachorros e cachorras. Aliás, o que determinadas propostas do funk carioca apresenta faz com que Carla Perez e sua trupe pareçam mesmo mais inocentes, ou seja, faz com que suas performances nos pareçam a essa altura "brincadeira de criança".

Como não é possível ser somente contra. Acho patético questionar a expressão dessas manifestações apenas por um viés moral ou de caráter censor, uma vez que, afinal, nada fará com que tais manifestações deixem de acontecer. Penso que ser vulgar é também uma característica do ser humano e isso desde há muito, bem como também é do humano proferir juízos de valor questionáveis. Então o que fazer? O ideal é ainda orientar as crianças e dizer-lhes com todas as letras: Essa música pode ser envolvente, mas é vulgar. É de gosto duvidoso, é, inclusive, preconceituosa com a mulher, com o gay, etc. Você já parou para pensar nisso? Então, vamos analisar a letra e o gestual dessa dança, por exemplo.

Tudo o que é analisado é, naturalmente, desmascarado e perde o caráter de atitude inquestionável. Outra possibilidade é ainda a de apresentar às crianças alternativas musicais, como as músicas divertidas e interessantes de outrora, da década de 70, por exemplo. Eu, se tivesse filhos, era exatamente o que eu faria para lhes orientar nesse mundo vasto de sons e movimentos.

Ser ou não ser vegetariano

Outro dia, uma tia contou-me que um primo meu, filho de sua irmã, tinha se decidido: agora é um vegetariano. Ela achou estranhíssima a decisão do rapaz, em geral os carnívoros de plantão acham mesmo estranhíssimo que alguém decida não comer mais carne, um tão antigo e justificado hábito, não é mesmo? Já a mim causou-me inveja a decisão do meu primo. Não sou dos que preferem carne a qualquer outra coisa e até mesmo costumo fugir de churrascos comunitários, em que homens barrigudos e mulheres não menos barrigudas se refestelam em meio a fumaça e odores de carne crua queimando na chapa. Mas, ainda como um filé de peito de frango, ou uma massa em molho à bolonhesa... Como e depois me penitencio ficando um bom tempo frequentando apenas a ala dos vegetais e legumes e frutas e cereais, no supermercado.
O argumento daquele meu primo é básico: não vou comer um animal e que foi morto para que eu o comesse. Já o argumento de uma amiga para não comer nem peixe, e que até Cristo comeu!, é ainda mais essencial: "Não como nada que tenha olho".
Espero um dia poder responder assim, e com todas as letras, àqueles que me perguntarem: Você não come carne?!
Estou falando disso porque, ontem, meu escritor preferido falou no post do seu Caderno o que os chineses fazem com as aves cujas penas recheiam nossos travesseiros e fiquei penalisado.
Leiam:

Penas chinesas

Fevereiro 12, 2009 by José Saramago

Meter uma lagosta viva em água a ferver e cozinhá-la ali é uma velha prática culinária no mundo ocidental. Parece que se a lagosta já for morta para o banho, o sabor final será diferente, para pior. Há também quem diga que a rubicunda cor vermelha com que o crustáceo sai da panela se deve justamente à altíssima temperatura da água. Não sei, falo por ouvir dizer, sou incapaz de estrelar convenientemente um ovo. Um dia vi num documentário como alimentam os frangos, como os matam e destroçam, e pouco me faltou para vomitar. E outro dia, que não se me apagou da memória, li numa revista um artigo sobre a utilidade dos coelhos nas fábricas de cosméticos, ficando a saber que as provas sobre qualquer possível irritação causada pelos ingredientes dos champús se fazem por aplicação directa nos olhos desses animais, segundo o estilo do negregado Dr. Morte, que injectava petróleo no coração das suas vítimas. Agora, uma curta notícia aparecida nos jornais informa-me de que, na China, as penas de aves destinadas a recheio de almofadas de dormir são arrancadas assim mesmo, ao vivo, depois limpas, desinfectadas e exportadas para delícia das sociedades civilizadas que sabem o que é bom e está na moda. Não comento, não vale a pena, estas penas bastam.