segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Barulhinho bom



Essa coisa de sermos muito barulhentos, a maioria de nós, é a causa de uma grande dificuldade que temos: a de sintonizarmos com nós mesmos ou, inclusive, com qualquer coisa para além de nós.

Eu voltei ao trabalho na cidade de São Paulo e, coincidentemente, uma equipe do sistema de computação da casa está instalando aparelhos complicadíssimos e que fazem muito barulho no ambiente da editoração. 

Graças a Deus, eu consigo me desligar desse estresse, afinal, não há motivo para ficar alimentando o incômodo ainda mais, e que por si só já é suficiente. Como, por exemplo, com uma reação aborrecida por demais...

Contudo, essa experiência imediata só me fez valorizar o tipo de silêncio com o qual eu tive contato lá no povoado que visitei nas minhas férias e que tive oportunidade de citar por aqui na postagem passada. Trata-se de fato de uma experiência a se valorizar.

Pois, em meio à natureza, até o que seria barulho é silêncio: o canto de pássaros, o zumbido de besouros, o coaxar dos sapos ou o farfalhar da folhagem na vegetação. E, então, a alma fala de si mesma para si mesma. Sem esse exercício que sugere uma busca de um conhecimento mais profundo acerca do que se vive, do que pode ser sentido em termos de paisagem interior, não podemos prosseguir.

De qualquer modo, ao menos assim, a partir desse exercício, poderemos prosseguir menos ruidosos e talvez mais eloquentes por conta disso mesmo. 

É quando a presença silenciosa já diz de si. E assim, quiça, a palavra serena possa dizer o que é desejável que seja audível. ;-)




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