Ouvi alguém comentando que, em nossos dias, não há mais desculpa para não aprendermos o que quer que seja, e que isso se dá, sobretudo, devido à democratização da informação, via internet.
Acho mesmo que essa pessoa tem razão. A única coisa que nos impediria de aprender, nesse contexto, seria mesmo o não querer aprender.
Vamos combinar: inteligência todos nós temos. Por exemplo, nunca gostei de ouvir alguém chamando qualquer um de burro, ou seja, de ver alguém sendo considerado não inteligente por alguém que, embora inteligente, não se revelasse educado.
Todos somos inteligentes, contudo, é claro, podemos escolher não utilizar ou exercitar nossa inteligência.
O mais interessante da inteligência é que ela é algo que possuímos e que só tende a aumentar, quanto mais exercitamos o ser inteligente na tarefa de pesquisar, informar-se, aprender e elaborar o conhecimento adquirido em tais expedientes.
Afinal, só aprendo algo, tentando, naquela espécie de exercício comum nessas circunstâncias, o de tentativa e erro.
De repente, posso até surpreender-me acertando. E sentir-me mais feliz, por isso mesmo.
Pois, então, que o contentamento seja um transbordar desse sentimento de conquista e que se fez porque não houve espaço para a preguiça no desenvolvimento dessa tarefa.
Essa semana, por exemplo, é uma semana de poucas tarefas "oficiais" na minha vida. Assim, nessa que é última semana do ano, eu pude pesquisar na internet o tema "poesia inglesa para crianças" e encontrei esse poema de Emily
Dickinson.
Não sei onde ele se encontra no contexto da sua obra, ou seja, em qual coletânea exatamente, em que período foi escrito, mas vou continuar pesquisando...
Assim sendo, publico, nesse blog querido, essa postagem que é um pouco uma brincadeira e um pouco uma coisa séria também.
É que se trata de um exercício de tradução desse poema.
Não sou tradutor, nunca estudei para valer esse ofício que é o do tradutor, então, relevem,
please, qualquer gafe extrema. kkkk
E, claro, façam comentários, corrigindo-me, se possível.
Apenas um adendo, eu li o poema para uma amiga que me disse:
Isso é para criança?
Eu respondi: Sim, ao menos para as crianças que liam ou ainda leem Emily Dickinson.
A Light Exists in Spring
Emily Dickinson
A Light exists in Spring
Not present on the Year
At any other period --
When March is scarcely here
A Color stands abroad
On Solitary Fields
That Science cannot overtake
But Human Nature feels.
It waits upon the Lawn,
It shows the furthest Tree
Upon the furthest Slope you know
It almost speaks to you.
Then as Horizons step
Or Noons report away
Without the Formula of sound
It passes and we stay --
A quality of loss
Affecting our Content
As Trade had suddenly encroached
Upon a Sacrament.
Existe na primavera uma luz
Existe na primavera uma luz
Não presente no ano,
Em nenhum outro período -
Quando Março mal começou
Uma Cor detém-se no exterior,
Nos campos solitários.
A ciência não pode alcançá-la,
Mas a natureza humana a sente.
Ela aguarda sob a relva,
Revela a árvore mais distante,
Sob o mais distante declive conhecido
E que por pouco fala contigo.
Então, como andam os Horizontes
Ou os meios-dias anunciam distantes,
Sem a Fórmula do som,
Isso passa e nós permanecemos -
Uma virtude de desperdício,
Afetando nosso contentamento.
Como permuta que houvesse subitamente transbordado
Sob um Sacramento.
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Emily Dickinsons' herbarium |